terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O que dizer da dor que sentimos quando não chegamos nem ao menos sentir o cheiro de uma vitória. O que dizer de uma batalha, que lutamos sentindo que não vamos ganhar. Não há nada a dizer, talvez o gosto não seja o mesmo a todos, mas só quem sente em si próprio a dor de errar, cair, se machucar,  e não conseguir é que entenda o que eu quero dizer com essas simples palavras. E o que fazer em uma situação dessas? Eu também não sei. Alguns dizem que é melhor parar, outros que não devemos desistir. Mas o que é a desistência? Nem ao menos nos sabem explicar. Creio que ninguém desista, mas sim, cada um escolhe um outro caminho, uma outra opção em que se sintam capazes de realizar. Dizem que devemos insistentemente bater na mesma porta, que um dia ela abrirá. Mas, e se nao abrir, e se simplesmente nunca acontecer nada, o que fazer? Eu também não sei, acho que ninguém sabe. Como explicar o que pode ou não acontecer? Ninguém até hoje foi capaz de prever isso. E o que no final de tudo é a dor que sentimos? Eu também não sei, isso só se sente. Mesmo assim, não se sinta derrotado, na vida sempre há outra maneira de chegar aonde se deseja. Mas que maneira é essa? Isso só voce pode responder. Cada um encontra sua maneira de se sobressair, e encontrar novamente forças para bater na porta, mesmo com a dúvida de que talvez nunca aconteça nada. Assim é a vida, uma insistente batalha, travada por vezes, contra nós mesmos, contra nossos próprios medos de não sermos quem queremos ser. Mas e quem disse que existe fórmula de existência e de que maneira deveremos ser ou nos transformar? Cada um é da maneira como consegue ser e ninguém pode te dizer que você está errado.

Elizabeth Nardi

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Solidão



Nesta noite,
de brisa leve e suave
escura, somente à luz das estrelas
e da lua, de relance observei:
o luar belo, singular
incandescente, brilhava sobre mim
parecia querer dizer-me algo
de momento, assim..
Por instantes observei
procurando entender
o que aquele belo enaltecer
do luar, quis a mim.
De fato compreendi
que toda aquela beleza que exaltava ali
era solitária, como eu que a observava
distantes, por milhões de anos luz
impedidas de compartilhar juntas
a solidão!
Elizabeth Nardi

domingo, 26 de junho de 2011

 

Um grande amor. Como definir algo indefinível? Todos já tivemos um e quem não teve, um dia terá. Falo isso porque definir a intensidade de um sentimento que é diferente em cada pessoa que sente é uma tarefa difícil. Somos seres que nos consideramos fortes, valentes, escalamos montanhas, enfrentamos as forças da natureza, racionais ao extremo. Mas e porque diante de um sentimento tao simples como o amor, parece que não somos nada disso, de repente vai-se a coragem, a valentia, a força física. Tudo parece ficar leve e suave. E para quem se dizia sem medos e fantasmas, nos acuamos diante deste sublime sentimento.
É engraçado como as pessoas não temem a noite, o escuro, os temporais, ou qualquer outra coisa que possa trazer perigo a sua vida, mas temem o amor. As pessoas acuam-se diante dele, parece que o querem afastado de si próprias. Eu admito que eu venho procurando entender essa fraqueza humana, mas me faltam respostas.
Hoje vejo que é mais fácil dizer eu te odeio, do que eu te amo, e é mais fácil falar que "nunca mais quero te ver" do que "eu quero passar o resto da minha vida ao se lado". E por que isso? Perguntas e mais perguntas, até onde chegaremos? Eu não sei. Mas procuro pensar de forma diferente...
O amor talvez seja temeroso pelo fato de que expõe nossas fragilidades, nossas angústias, nossos defeitos, nossa completa irracionalidade perante ele. Veja bem, o ser humano com todo esse ar orgulhoso não se deixaria derrotar por tão pouco. Não quer admitir sua ingenuidade diante do amor, não se deixa tocar por este simples sentimento, por medo. Medo do que possa ser revelado sobre seu obscuro, medo de não conseguir manter seu auto controle, medo de se deixaar levar pelo amor.
Não creio que minha visão seja equivocada, mas creio que para amar é preciso coragem, e força. Coragem para lutar pelo amor, e força para não se deixar derrotar pela covardia. Coragem de ir ao encontro da pessoa amada, esteja ela em qualquer lugar, força para vencer os medos, o medo de amar. Coragem de olhar nos olhos da pessoa a quem se ama e dizer, "Eu amo você, e quero estar ao seu lado em tudo o que você fizer e por toda minha vida".
Ilusão da minha parte? Talvez sim. As pessoas estão acuadas, preferem a solidão do que sofrer por amor. Tudo isso porque tinham a visão errada de que o amor é um mar de rosas. Pois bem, o amor traz consigo os bons e os maus sentimentos, ou seja, eu defino-o com uma única palavra, batalha. O amor é uma constante batalha, ora estamos lutando para conseguí-lo e hora para não perdê-lo.
E um grande amor? Bom, este deixa o ser humano mais acuado ainda. Traz consigo o medo da perda, da derrota, da desilusão, da distância. Tudo parece impecilho, e motivo para desistir do sentimento. Pensamos assim porque nao estamos preparados para essas fragilidades. Possuimos uma mente arcaica que crê que nao precisamos de ninguém, nos bastamos por nós mesmos. Mas percebemos que estamos errados quanto a isso somente quando estamos sentados sós em casa, numa noite fria, chuvosa, sem nada de interessante para fazer, sem ninguém ao menos para dizer que está se sentindo sozinho, ou quando estamos ouvindo aquela música linda, que você poderia dedicar a alguém, e esse alguém não existe, ou quando passamos na frente do barzinho que frequentávamos juntos, nas ruas, na cidade. Tudo então parece ficar cinza e vazio, igual...
É nesses momentos que temos vontade de correr ao encontro do grande amor que deixamos partir e só dizer mais uma vez "eu te amo". Mas, e onde foi a coragem, a valentia, a rudeza e frieza? Eu não sei, só sei que é melhor fechar o coração novamente, jogar fora a chave, e tentar esquecer que a história foi conosco. E admitir que no fundo, mas bem lá no nosso inconsciente que somos covardes e irracionais, incapazes se quer de amar, e assim deixamos o grande amor escondido em algum lugar do nosso frágil abismo sentimental. 

Elizabeth Nardi